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Parada LGBTQIAP+ do Rio celebra 30 anos com festa histórica em Copacabana

A 30ª Parada do Orgulho LGBTQIAP+ do Rio vai ocupar a orla de Copacabana neste domingo, 23 de novembro, às 11h. Organizado pelo Grupo Arco-Íris, o evento marca três décadas da primeira manifestação do tipo no Brasil, que começou em 1995 com a Marcha da Cidadania, após a conferência mundial da Associação Internacional de Gays e Lésbicas.

Além da festa, a Parada conta com o apoio da OAB-RJ na divulgação de uma cartilha de segurança. Desenvolvida pela Secretaria de Turismo, em parceria com o Grupo Arco-Íris, a OAB e as mais diversas instituições, incluindo a Polícia Civil, com a delegada titular da Delegacia Especializada para o Turismo. “O que o Rio de Janeiro quer? O que o Estado quer? Acarinhar as pessoas”, explica Nélio Georgini, diretor da Defesa da Diversidade na OAB-RJ.

Cidadania e direitos em pauta

Cláudio Nascimento, presidente do Grupo Arco-Íris e coordenador geral da Parada, reforça o peso político do evento. “Somos milhões, estamos em todas as partes e não dá mais pra esconder a nossa pauta, a nossa agenda, que chegou a hora. Sem a comunidade LGBTI+ não tem democracia, não tem cidadania”, afirma. Segundo ele, a manifestação vai além da celebração. “É preciso reconhecer que essa comunidade sofre muita discriminação e precisa de reconhecimento de direitos.”

A Parada deste ano funciona também como um espaço de informação. Diversos órgãos e entidades estarão presentes oferecendo orientações sobre políticas públicas, direitos e cidadania. “É um momento que a gente aproveita para poder informar sobre direitos, cidadania. Para a gente é fundamental também que se tenha cumprimento de leis, que as pessoas acessem os direitos das políticas públicas”, destaca Cláudio.

Segurança em primeiro lugar

A cartilha de segurança desenvolvida pela Secretaria de Turismo traz informações práticas para quem visita o Rio durante grandes eventos. Nélio Georgini destaca a importância do cuidado. “É importante, consigo e com outro, saber o contexto social e como as coisas funcionam em qualquer tipo de problema. Discar o 190, buscar o poder de segurança, o judiciário.”

Para o diretor da Defesa da Diversidade da OAB-RJ, a celebração precisa vir acompanhada de responsabilidade. “Até mesmo na alegria, que a gente tenha cuidado para não ultrapassar os limites que a gente passa no controle do nosso próprio corpo”, alerta. A iniciativa reúne esforços da Delegacia Especializada para o Turismo e outras instituições para garantir que o evento transcorra com tranquilidade.

Programação artística e valorização de novos talentos

A edição de 2025 conta com mais de 100 artistas. Entre os destaques confirmados estão Daniela Mercury, Tereza Cristina, DJ Hitmaker, Lorena Simpson e Romero Ferro. Mas a programação vai além dos grandes nomes. “Selecionamos 30 DJs, 30 cantores e 30 Drags que também estão começando as suas carreiras para se apresentarem e quem sabe daí não ser uma oportunidade para que elas se lancem e se visibilizem”, conta Cláudio Nascimento. A estratégia valoriza artistas da comunidade LGBTQIAP+ que nem sempre encontram espaço para mostrar seu trabalho.

Tema celebra história e futuro

Com o tema “30 anos fazendo história: das primeiras lutas pelo direito de existir à construção de futuros sustentáveis”, a Parada olha para trás e para frente ao mesmo tempo. O evento resgata a trajetória de mobilização que começou timidamente, com menos de 30 pessoas em 1993, até se tornar uma das principais manifestações democráticas do país.

“O recado que a gente quer passar é que a nossa história vem de longe, que foram muitas pessoas que tombaram no meio do caminho para reivindicar respeito e cidadania”, diz Cláudio. Para ele, a luta continua. “Estamos aqui de cabeça erguida reivindicando os direitos à cidadania e compreendendo que nós não queremos nenhum privilégio, nós queremos direitos iguais, nem menos nem mais.”

Uma festa à luz do dia

A escolha de Copacabana como palco não é por acaso. “A Parada é um momento de uma grande festa da cidadania, onde a gente vai, à luz do dia, celebrar a nossa existência, quando parte da sociedade vai dizer que a gente só deve existir entre quatro paredes ou na noite”, explica o coordenador do evento. A manifestação acontece em plena orla carioca, ocupando o espaço público como gesto de resistência e afirmação.

A primeira Parada aconteceu em 25 de junho de 1995, logo após a 17ª Conferência Mundial da Ilga (sigla para Associação Internacional de Gays e Lésbicas em inglês), que trouxe visibilidade internacional para o movimento brasileiro. Desde então, o evento se consolidou como marco na luta por direitos. Pautas discutidas naquela época, como o casamento homoafetivo e a criminalização da discriminação, só foram reconhecidas legalmente anos depois, em 2011 e 2019, respectivamente.

Três décadas depois, a Parada do Rio segue firme, mostrando que a celebração da diversidade é também um ato político essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Fonte: IG Queer

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