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A Face Oculta de um “Justiceiro” da Internet: duas décadas de dívidas, execuções e contradições

Por trás da retórica afiada e da postura implacável nas redes sociais, onde se apresenta como crítico de práticas financeiras e denunciante de supostos esquemas, documentos judiciais revelam um lado pouco conhecido de Rogério Betin: um histórico de inadimplência que atravessa mais de 20 anos, somando dívidas pessoais, pendências fiscais empresariais e débitos expressivos no núcleo familiar.

A análise, baseada em decisões judiciais, registros fiscais e fontes públicas, traça uma cronologia detalhada que expõe um padrão recorrente: o devedor contumaz que, ao mesmo tempo em que aponta falhas alheias, acumula processos por não honrar compromissos básicos.

E, diante desse histórico, resta uma pergunta inevitável: será que a sua mais recente empreitada comercial no ramo de alimentos, conhecida pela venda de alho, honrará seus fornecedores ou também ficará com um gosto amargo no final?

O primeiro capítulo dessa história remonta a 2002, quando Betin, ainda estudante, foi acionado judicialmente pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) por não pagar mensalidades do curso de Administração. O valor original, R$ 2.126,49, correspondia a seis cheques devolvidos por insuficiência de fundos.

A inadimplência em serviços educacionais voltaria a se repetir em 2013, quando a Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus cobrou mensalidades de 2008, já atualizadas para R$ 7.448,51. Em ambos os casos, a Justiça registrou dificuldades para localizá-lo, recorrendo a citações por edital e múltiplos mandados devolvidos.

Em 2016, o Banco Santander moveu uma ação de busca e apreensão contra Betin, alegando não pagamento das parcelas de um Citroën/C4 financiado por R$ 45 mil. O saldo devedor, de R$ 37,4 mil, motivou a concessão de liminar, embora o caso tenha sido arquivado posteriormente por improcedência que de fato que não elimina a inadimplência que originou a ação.

No campo empresarial, as dívidas não são menores. A TRADE BUSINESS, da qual ele é sócio, foi alvo de execuções fiscais consecutivas do Município de Palhoça (SC) por não pagar a Taxa de Fiscalização e Funcionamento de 2006 a 2020. O total registrado ultrapassa R$ 6 mil.

Em pelo menos um processo, a Justiça determinou o redirecionamento da cobrança para Betin, reconhecendo indícios de dissolução irregular da empresa que foi encerrada sem quitação dos débitos e retirada do endereço fiscal sem comunicação oficial.

As dívidas se estendem ao núcleo familiar. Em 2021, a esposa, foi processada pelo Colégio Martinus por uma dívida de R$ 43.887,07 referente a mensalidades escolares de três filhos. Mesmo após firmar acordo para quitar pendências de 2018, novas mensalidades de 2019 deixaram de ser pagas.

Outra parente responde a duas execuções fiscais do Município de Londrina (PR), somando quase R$ 3 mil, ambas marcadas pela dificuldade de localização da devedora.

A dissonância salta aos olhos. Enquanto na internet Betin adota o papel de “justiceiro” financeiro, a documentação oficial revela um perfil reiterado de não cumprimento de obrigações. O contraste é ainda mais acentuado diante de uma investigação policial revelada pelo portal Terra em junho de 2025, que apura crimes de ameaça e uso indevido da imagem de uma criança de 11 anos em seus vídeos.

O conjunto dos fatos entre dívidas pessoais, execuções fiscais empresariais, pendências familiares e investigações criminais que coloca em xeque a credibilidade de Rogério como figura pública. O caso extrapola o campo privado e se torna questão de interesse público, uma vez que o próprio se coloca como voz ativa no julgamento da conduta de terceiros, sem que sua própria trajetória suporte o discurso que sustenta.

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