Em um cenário corporativo cada vez mais competitivo, veloz e emocionalmente exigente, a liderança deixou de ser um cargo para se tornar um comportamento. Esse foi o ponto de partida da conversa poderosa com Érika Linhares no episódio especial do Mulheres Pod, apresentado por Amanda Abramo e Ana Mondragón.
A pedagoga, fundadora da B-Have e autora do best-seller “Gente Feliz Não Enche o Saco”, mostrou por que se tornou uma das vozes mais influentes da nova liderança brasileira.
Liderar Não É Mandar — É Se Posicionar
Para Érika, o conceito tradicional de autoridade já não encontra espaço nas organizações modernas. O líder de hoje não é o que carrega mais tempo de casa nem o que fala mais alto — é o que sustenta suas intenções com coerência diária.
“Postura é a nova autoridade”, resume.
Na visão dela, líderes inspiram não pelo discurso, mas pelo comportamento. O exemplo deixou de ser um recurso e se tornou o próprio alicerce da confiança.
Da Vida Real ao Topo: Uma Trajetória Sem Glamour, Mas Com Propósito
Antes de palestras lotadas e cargos estratégicos, Érika foi “sacoleira”, empreendeu como pôde e enfrentou desafios que moldaram sua mentalidade prática.
No setor público, aprendeu sobre disciplina, responsabilidade e serviço. No privado, descobriu a pressão da performance e o peso da cultura organizacional.
Essa soma de vivências foi o que a transformou em uma das maiores especialistas em comportamento corporativo do país — alguém que fala com propriedade porque viveu cada camada.
Onde as Empresas Ainda Erram — E Muito
Durante o bate-papo, Érika foi categórica ao listar os erros mais comuns dentro das corporações brasileiras:
- líderes escolhidos pela simpatia, não pela competência;
- promoções sem preparo emocional;
- culturas frágeis, escritas, mas não vividas;
- a falsa ideia de que liderança é agradar.
Para ela, liderar é ser justo, não “legal”. A firmeza — combinada com empatia — é a chave para gerar respeito, e não medo.
O Despertar Aos 45: Quando a Coragem Chega Para Ficar
Um dos momentos mais marcantes da entrevista foi quando Érika contou sobre seu “despertar” aos 45 anos: a decisão de viver alinhada ao que realmente fazia sentido.
Segundo ela, propósito não é um conceito motivacional; é um norte. Sem ele, líderes se perdem, equipes se confundem e resultados se tornam superficiais.
A Mulher Líder Que Não Imita Padrões — Cria Novos
Érika também refletiu sobre a liderança feminina e o peso das expectativas. Para ela, o poder da mulher está justamente na autenticidade e na vulnerabilidade estratégica — dois atributos historicamente reprimidos.
“A mulher que lidera sendo ela mesma abre portas para todas as outras.”
A força feminina na liderança, segundo ela, não está em competir com modelos antigos, mas em construir novos parâmetros.
Alta Performance: Não É Sobre Fazer Mais, Mas Fazer Com Clareza
Érika destacou que alta performance não nasce de excesso, mas de foco. Equipe nenhuma entrega o máximo quando não sabe exatamente o que se espera dela.
Os pilares, segundo ela, são simples — mas raros:
- comunicação precisa, sem ruídos;
- cultura coerente, vivida do topo à base;
- feedbacks diretos;
- líderes emocionalmente presentes.
A coerência, e não a intensidade, é o que mantém a performance sustentável.
Um Futuro Onde Liderar Será Para Poucos — Os Verdadeiramente Corajosos
O futuro da liderança, segundo Érika, não depende de tecnologias, mas de comportamento. Quem quiser se manter relevante precisará dominar:
- responsabilidade emocional,
- presença real,
- foco no essencial,
- visão de longo prazo,
- constância.
São comportamentos simples, porém raros — e por isso tão valiosos.
Coragem: O Chamado Final Para Quem Quer Lidar Com Pessoas
O episódio terminou com um lembrete direto e poderoso:
liderar é um ato de coragem — coragem para sustentar valores, enfrentar desconfortos e agir com verdade.
E, como Érika reforça, nunca é tarde para começar.
Sobre o Mulheres Pod
Gravado nos estúdios da Cross Host em São Paulo, o Mulheres Pod se destaca por trazer histórias reais de mulheres que estão transformando seus setores. Amanda Abramo e Ana Mondragón conduzem conversas profundas, humanas e cheias de propósito — como a de Érika Linhares, que deixou um convite claro: liderar pode ser desafiador, mas é um caminho possível para quem escolhe a postura certa.
